Por Equipe BuscaQuiro
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12 de fevereiro de 2023
Em 2019, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que os erros de conduta médica causaram a morte de uma pessoa a cada 5 minutos no mundo. Os números confirmam isso. Nos Estados Unidos, em 1999, o relatório “The Err is Human” do Institute of Medicine (organização independente e sem fins lucrativos que trabalha fora do governo para fornecer conselhos imparciais e confiáveis aos tomadores de decisão e ao público) estimou 98 mil mortes naquele país devido a erro médico. Na época, essa seria a sexta causa de morte no país. Um estudo em 2010 descobriu que esse número quase dobrou para 180 mil mortes. E em 2013, a estimativa variou de 210 mil a 440 mil mortes por ano. Isso resultou em erros médicos como a terceira principal causa de morte, atrás de doenças cardíacas e câncer. Os pesquisadores usaram ainda quatro estudos separados de 2000 a 2008 e as taxas de admissão hospitalar de 2013 para analisar este problema. Com base em dados extrapolados de 35.416.020 hospitalizações, erros médicos causam 251.454 mortes por ano. Isso se traduziu em 9,5% de todas as mortes por ano. No Brasil, o site Pesquisa Fapesp divulgou em maio de 2020 que, dos 19,4 milhões de pessoas tratadas em hospitais no país, 1,3 milhão de pacientes podem ter sofrido algum tipo de efeito colateral causado por negligência ou imprudência durante o tratamento médico, e que quase 55 mil pessoas morreram por ano por erros médicos, ou quase 6 pessoas a cada hora. Os dados – publicados em 2018 - foram extraídos de prontuários de 182 hospitais do país, entre abril de 2017 a março de 2018, e que serviram de amostra para extrapolar os mais de 6 mil hospitais brasileiros. Na 2ª edição do Anuário de 2018 da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS) e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, entre as causas de morte estão septicemia (infecção generalizada), pneumonia, infecção do trato urinário, infecção do sítio cirúrgico, complicações com acessos, dispositivos vasculares e outros dispositivos invasivos, lesões por pressão, erro no uso de medicamentos e complicações cirúrgicas como hemorragia e laceração. ERROS QUIROPRÁTICOS As complicações e mortes causadas por erros de manipulação quiroprática são muito raros, de acordo com uma pesquisa publicada em 2007 pelo instituto de pesquisa RAND e um consórcio de pesquisa da Chiropractic Research, Palmer College of Chiropractic, Los Angeles College of Chiropractic e West College of Chiropractic. “A quiropraxia é estatisticamente o modo mais seguro de tratamento para qualquer tipo de tratamento no pescoço em comparação com injeções ou mesmo medicamentos”, já havia afirmado para a revista People o quiropraxista norte-americano Todd Sinnet, autor do livro Three Weeks to a Better Back (Três semanas para uma coluna melhor, ainda sem publicação no Brasil). As pesquisas e revisões da literatura científica comprovam tal afirmação. Em uma pesquisa disponível no site da USA National Library of Medicine em 2016, o risco de lesão após ajuste quiroprático foi menor em comparação com os casos atendidos na rede de cuidados primários. A probabilidade cumulativa de lesão entre os pacientes de quiropraxia foi de 40 incidentes com lesão por 100 mil indivíduos, em comparação com 153 incidentes por 100 mil indivíduos atendidos na rede de cuidados primários. Entre os indivíduos que consultaram um quiropraxista, a probabilidade de lesão aumentou naqueles com defeito crônico de coagulação, espondilopatia inflamatória, osteoporose, aneurisma aórtico e dissecção ou uso de terapia anticoagulante em longo prazo. Entre os beneficiários do Medicare com idade entre 66 e 99 anos com uma visita ao consultório, o risco de um problema neuromusculoesquelético com lesão na cabeça, pescoço ou tronco em 7 dias foi 76% menor entre os indivíduos com uma visita ao consultório de Quiropraxia em comparação com aqueles que foram ao atendimento primário médico. O quiropraxista Bill Lauretti publicou em 1995 no Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics um artigo intitulado “Quais são os riscos dos tratamentos quiropráticos do pescoço?”, onde ele escreveu que a estimativa razoável dos riscos de AVC após a manipulação cervical é de 1/2 a 2 incidentes por milhão de tratamentos. Desses, cerca de um terço se resolverá com sequelas leves ou sem sequelas (provavelmente mais devido ao viés de relato). Cerca de um quarto será fatal (provavelmente menos devido ao viés de relatórios). Portanto, ocorrem cerca de 40-50 derrames causados por manipulação nos Estados Unidos por ano, e talvez uma dúzia de mortes. Vale lembrar que nos Estados Unidos, que tem uma população de 328 milhões de pessoas, o instituto de pesquisa Gallup estima que 63 milhões de adultos nos EUA viram um quiroprático nos últimos cinco anos. Para colocar isso em perspectiva, se concordarmos que o risco de morrer de um acidente vascular cerebral após um ajuste no pescoço é de 1 / 4.000.000, pode haver um risco 100 vezes maior de morrer de. Se você dirige cerca de 13 quilômetros para chegar à consulta de Quiropraxia, corre um risco estatisticamente maior de morrer ou ficar gravemente ferido em um acidente de carro ao chegar ao escritório do que ter uma complicação séria do tratamento. A profissão de Quiropraxia tem um histórico bem estabelecido de segurança e eficácia, e nos Estados Unidos os pagamento de seguro por problemas causados em consultas quiropráticas permanecem entre os mais baixos entre as profissões de saúde. “A profissão está liderando o caminho em pesquisas para aprender mais sobre as complicações dos tratamentos e trabalhando para reduzi-las ainda mais. Apesar de relatos sensacionalistas ocasionais na mídia, os fatos mostram que os tratamentos de Quiropraxia estão entre as formas mais seguras e eficazes de cuidados de saúde já oferecidos”, afirma Lauretti. No Brasil, onde a profissão de quiropraxia ainda é muito nova (a primeira faculdade de quiropraxia foi aberta em São Paulo em 2000, na Universidade Anhembi Morumbi), não há pesquisas ou levantamento de dados oficiais que possam dar uma ideia do número de sequelas ou mortes causadas por um erro de conduta quiroprática, mas estima-se que ela não seja muito diferente dos padrões encontrados em outros países com maior tradição quiroprática. A profissão no Brasil é representada pela Associação Brasileira de Quiropraxia (ABQ), que congrega os profissionais graduados no país que tenham se formado por instituições de ensino superior reconhecidas e que seguem as diretrizes e normas de educação da Federação Mundial de Quiropraxia. Por isso, a entidade recomenda que se busque no site da ABQ se o profissional tem o devido registro profissional, antes de passar por um quiropraxista. Atualmente, somente a Universidade Anhembi Morumbi, a Universidade Feevale e a Uniceff oferecem graduação superior em Quiropraxia, que tem entre 4 e 4,5 anos de duração, com uma carga horária mínima de 3600 horas de estudo. Entre as disciplinas estudadas, constam anatomia, fisiologia, análise de exames de imagem, fisiopatologia da coluna cervical e biomecânica do movimento. Fontes: https://www.consumidormoderno.com.br/2018/08/15/triste-numero-erro-medico-assistencial-brasil/ https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2019-09/oms-mostra-que-5-pessoas-morrem-cada-minuto-por-erro-medico https://etactics.com/blog/medical-error-statistics https://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/monograph_reports/2007/MR781.pdf https://people.com/bodies/are-chiropractors-safe-experts-weigh-in-on-playboy-model-death-after-chiropractic-adjustment/ https://chiro.org/chimages/chiropage/cva-1.html https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4326543/