Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014, 27 milhões de adultos no país são acometidos por doença crônica na coluna, o que corresponde a 18,5% da população adulta brasileira. Os problemas lombares são os mais comuns, com prevalência maior em 21% das mulheres contra 15% dos homens.
Diante desses números, foram escritas várias diretrizes para o tratamento da lombalgia, tendo por base as Práticas Baseadas em Evidências (PBE), que é o processo de tomada de decisões clínicas com base na integração das melhores evidências disponíveis com os valores do paciente e experiência clínica.
As revisões científicas de pesquisas que envolvem diretrizes de tratamento para avaliação e tratamento de lombalgia com base numa PBE - um total de 13 diretrizes multidisciplinares e três mono disciplinares) – apontam que de modo geral os pacientes com dor nas costas podem ser divididos em dois grupos majoritários: bandeira vermelha e amarela.
A bandeira vermelha identifica pacientes com lombalgia associada a patologias específicas da coluna que requerem encaminhamento por médico especialista. Entre as patologias relacionadas ao grupo de bandeira vermelha, podemos citar os indivíduos com Síndrome da Cauda Equina, com fraturas na espinha, pacientes diagnosticados com câncer ou infecções, aneurisma da aorta abdominal, espôndilo artrite, problemas gastrointestinais ou geniturinário. Pacientes com tais patologias devem ser indicados para tratamento com outros profissionais da saúde.
Já a bandeira amarela identifica pacientes com transtornos psiquiátricos, problemas emocionais ou socioeconômicos que podem desenvolver dor crônica e incapacidade de longo prazo (incluindo perda de trabalho), e quem pode exigir encaminhamento de especialista. Nestes casos, apenas os pacientes com sinais claros de psicopatologia requerem encaminhamento para um especialista (por exemplo; depressão, ansiedade e transtornos de abuso de substâncias químicas ou alucinógenas).
As diretrizes apontam ainda que terapias de manipulação foram recomendadas para lombalgia não especifica aguda e subaguda, e exercícios físicos foram recomendados para lombalgia não específica aguda, subaguda e crônica. Poucas diretrizes fizeram recomendações para lombalgia com radiculopatia, que é a lesão dos nervos que passam pela coluna, e causam sintomas como dor e formigamento. Apesar da existência dessas diretrizes, o tema ainda requer estudos aprofundados e uma abrangência maior e mais ampla.
Fonte: https://www.scielo.br/pdf/rbfis/v15n3/04.pdf