Segundo seu autor, “a filosofia da Quiropraxia tem sido uma entidade muito debatida ao longo da existência da profissão de quiropraxista. Muitas críticas foram feitas à filosofia histórica da quiropraxia e propagadas por adeptos contemporâneos. Até o momento, uma nova filosofia não foi detalhada nem apresentada que demonstre princípios pelos quais seguir”.
No artigo, cada um dos princípios de Kirk é explicado e exposto conforme aplicável a uma filosofia da medicina quiroprática, em que a adição do termo “medicina” à quiropraxia é um indicativo de uma nova direção para a profissão.
Os dez princípios que fornecem uma base para uma filosofia da medicina quiroprática incluem: (a) ordem moral, (b) costume, convenção e continuidade, (c) prescrição, (d) prudência, (e) variedade, (f) imperfeição, (g) liberdade e vínculo de propriedade, (h) comunidade voluntária e coletivismo involuntário, (i) restrições prudentes sobre o poder e as paixões humanas, e (j) permanência e mudança.
Conforme explicado no artigo, “cada um desses princípios oferece não uma abordagem dogmática, mas fornece uma visão sobre a aplicação da medicina quiroprática a toda a área do paciente e à sociedade em geral, especialmente nas áreas econômica, social e política. Esses princípios fornecem orientação não apenas na abordagem do encontro médico-paciente, mas podem ser usados para visualizar o mundo mais amplo e seu impacto potencial”.
Ainda segundo o autor do estudo, “esses princípios examinam muitas questões tangenciais dignas de discussão que podem impactar a saúde, política social, política e econômica e como a profissão de Quiropraxia pode abordar essas questões.
Veja a seguir como os pensamentos de Kirk serviram de base e foram aplicados para a formação da filosofia da medicina quiroprática:
1 - Ordem moral:
As verdades morais são consistentes, guiadas por uma ética sólida, para o atendimento ao paciente e o comportamento profissional. Essas verdades morais são apoiadas para que as pessoas vivam em uma sociedade pacífica.
2 – Costume, Convenção e Continuidade:
O reconhecimento e a apreciação de práticas e tradições de longa data e o respeito pelas instituições da sociedade são vitais para o bem-estar geral de uma nação. Procurar evitar disputas perpétuas sobre os direitos e deveres do paciente e os direitos e deveres do clínico.
As leis estaduais atuais relativas a questões de interesse da quiropraxia e para a sociedade, embora sujeitas à profissão e promulgadas por meio de leis pelos cidadãos, permitem que as pessoas vivam juntas pacificamente por meio do cumprimento da lei; existem aspectos essenciais da profissão que permanecem consistentes, ou seja, a manipulação da coluna vertebral e a profissão de medicina quiroprática com apreço pelo contrato social.
3 – Prescrição:
Existem aqueles na história da ciência e da medicina que inspiram e encorajam a investigação. Os princípios básicos da ciência orientam o praticante da medicina quiropraxia a fim de evitar ações contrárias, como a pseudociência. Há respeito e consideração pelos fundadores de uma nação e por aqueles que a impulsionaram para a grandeza e pela cultura e história únicas de uma nação.
4 – Prudência:
As medidas de saúde pública e outras medidas introduzidas para o bem da sociedade e dos indivíduos são julgadas por suas prováveis consequências de longo prazo, não porque sejam populares ou proporcionem uma vantagem política temporária. A medicina quiroprática visa capacitar os indivíduos e promover as liberdades básicas.
5 – Variedade:
Apreço pelos processos científicos estabelecidos que existem; variedade no estabelecimento de métodos inovadores para lidar com as condições neuromusculoesqueléticas é incentivada por meio do método científico. O quiropraxista faz uso de outras modalidades diagnósticas, terapêuticas, farmacológicas e de reabilitação para atender a uma população maior de pacientes. A medicina quiroprática entende que a sociedade terá todos os níveis de classes econômicas e que tais classificações significam uma sociedade saudável.
6 – Imperfeitabilidade:
A natureza humana sofre sob seu próprio peso, do psicológico ao genético. Por causa dessa imperfeição, os sistemas biológicos humanos quebram e precisam ser consertados, negando assim a filosofia da autocura sem escolha. A responsabilidade individual é a chave para um atendimento eficaz ao paciente e não depende do médico para transformar um paciente em um “novo saudável”. Reconhecimento de que a utopia ou medidas utópicas nunca podem se concretizar.
7 - Liberdade e vínculo de propriedade:
A medicina quiroprática defende a liberdade pessoal e os direitos individuais de autodeterminação do paciente e da sociedade como um todo. A medicina quiroprática promove a propriedade de bens pessoais, o acúmulo de ativos e riqueza e a responsabilidade por esses bens. Também defende os direitos garantidos constitucionalmente fornecidos por sua nação e defende a posse de propriedade e o indivíduo como consumidor. A medicina quiroprática promove soluções baseadas no mercado para questões econômicas complexas e incentivos para o crescimento da profissão, da sociedade e do paciente.
8 - Comunidade voluntária e coletivismo involuntário:
Os praticantes da medicina quiroprática defendem os direitos humanos individuais, a realização, a responsabilidade individual e o poder do potencial humano individual. A medicina quiroprática defende que a comunidade local se capacite voluntariamente e se opõe ao coletivismo que força indivíduos e/ou grupos à vontade de uma entidade desinteressada e não representativa.
9 - Restrições prudentes sobre o poder e as paixões humanas:
Os quiropraxistas da medicina quiroprática defendem restrições prudentes na prática da medicina quiroprática. Restrições prudentes sobre o que é anunciado, praticado e defendido, de modo que as paixões humanas não impeçam o progresso. A medicina quiroprática defende um governo limitado que não impeça a liberdade pessoal e promova o estado de direito, visto que ninguém está acima da lei.
10 - Permanência e mudança:
A medicina quiroprática abrange a permanência daquilo que é inerente à operação da saúde para garantir estabilidade e continuidade; para que a medicina quiroprática progrida, é preciso reconhecer que a mudança é necessária e saudável.
Fonte: https://chiromt.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12998-017-0138-y