De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se em todo o mundo uma escassez de profissionais de saúde de cerca de 7,2 milhões de trabalhadores, em especial os que tratam problemas musculo-esqueléticos, como os quiropraxistas.
Segundo dados da Federação Mundial de Quiropraxia (WFC em inglês), o maior número de quiropráticos é encontrado nos Estados Unidos da América (75.000), Canadá (7.250), Austrália (4.250) e no Reino Unido (3.000), que foram os primeiros países a estabelecer escolas de quiropraxia.
Outros países com mais de 250 quiropráticos são Brasil (pouco mais de 1000, de acordo com a Associação Brasileira de Quiropraxia em 2021), Dinamarca (550), França (450), Itália (400), Japão (400), Holanda (400), Nova Zelândia (400), Noruega (600), África do Sul (400), Espanha (300), Suécia (400) e Suíça (275).
Se tomarmos como exemplo somente o Brasil, que tem uma população estimada de 212 milhões de pessoas, segundo dados de julho de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso daria cerca de 221 mil pacientes para cada quiropraxista, o que dá uma visão exata do problema.
A título de comparação, vejamos o caso dos Estados Unidos: o país tinha cerca de 328 milhões de pessoas em 2019, que divididos pelos 75 mil quiropraxistas registrados no país, daria aproximadamente 4,3 mil pacientes por quiropraxista.
Como a OMS recomenda um profissional de saúde para cada 1000 pessoas, com isso observa-se que nem no país que concentra o maior número de quiropraxistas no mundo, a situação está perto do ideal.
Para endereçar a questão, em 2013 a WFC enviou um documento para a OMS, listando alguns problemas enfrentados para o avanço e crescimento da quiropraxia no mundo. Entre eles, estão os seguintes pontos:
1 - Falta de financiamento para educação e pesquisa.
2 - Barreiras financeiras ao acesso do paciente.
3 - Mais informações e pesquisas sobre políticas.
4 - Falta de crescimento e disponibilidade.
Essa questão da falta de mão de obra na área da saúde é um problema que vem sendo discutido há tempos. Em 2006, a OMS já havia estabelecido a Global Health Workforce Alliance (Aliança Global de Força de Trabalho de Saúde) como uma plataforma comum de ação para abordar as questões de escassez da força de trabalho em saúde.
Ao final do mandato de dez anos da Aliança, uma Rede Global de Força de Trabalho de Saúde foi estabelecida, para continuar o trabalho da Aliança informando e mantendo engajamento político de alto nível e apoiando a implementação da Estratégia Global de Recursos Humanos para Saúde: Força de Trabalho 2030, que visa garantir a disponibilidade universal, acessibilidade, aceitabilidade, cobertura e qualidade da força de trabalho de saúde dentro de sistemas de saúde fortalecidos (Assembleia Mundial da Saúde 2016).
A pandemia de covid-19 em todo o mundo veio comprovar ainda mais a falta de profissionais de saúde em todos os níveis, e a expectativa é que essa crise sanitária mundial venha trazer lições de enfrentamento para um futuro melhor para a humanidade.
Fontes:
https://www.wfc.org/website/images/wfc/WHO_Submission-Final_Jan2013.pdf
https://www.researchgate.net/figure/a-Countries-by-population-of-chiropractors-in-absolute-numbers-b-Countries-by-population_fig2_334656042
https://chiromt.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12998-019-0255-x