Entenda a Síndrome do Piriforme

Inácio Shibata • June 19, 2021
O piriforme é um músculo da região glútea que se estende por baixo do glúteo máximo e se prende ao trocânter ao lado e posteriormente ao glúteo mínimo, e por esse motivo não é palpável. Na maioria das pessoas, o nervo ciático passa imediatamente abaixo do músculo piriforme, mas em uma pequena proporção (aproximadamente 15% da população) parte do nervo ciático passa pelo músculo piriforme.

Juntamente com os outros músculos posteriores do quadril, o piriforme estabiliza a articulação do quadril, estabilizando a cabeça do fêmur dentro do acetábulo do osso do quadril. Contribui também para a retroversão e para a rotação externa da articulação do quadril, além de realizar abdução da coxa quando ela se encontra na posição fletida.

A síndrome do piriforme afeta o músculo piriforme, e a tensão nesse músculo pode ser extremamente dolorosa e restringir muito os movimentos. Se o músculo está em espasmo, isso pode causar sintomas neurológicos como dor, dormência, formigamento e fraqueza devido à compressão do nervo.

As causas exatas da síndrome do piriforme são desconhecidas. As causas suspeitas incluem:
  • Espasmo muscular no músculo piriforme, seja por irritação no próprio músculo piriforme ou irritação de uma estrutura próxima, como a articulação sacroilíaca ou o quadril,
  • Tensão do músculo, em resposta a lesão ou espasmo,
  • Edema do músculo piriforme, devido a lesão ou espasmo,
  • Sangramento na área do músculo piriforme.
Qualquer um ou a combinação dos problemas acima pode afetar o músculo piriforme (causando dor nas nádegas) e pode afetar o nervo ciático adjacente (causando dor, formigamento ou dormência na parte posterior da coxa, panturrilha ou pé). É muito comum confundir síndrome do piriforme com lesão do nervo ciático.

O que causa a síndrome do pirifome pode ser atribuído a três fontes diferentes. O mais comum é ficar sentado na mesma posição por longos períodos, como pode ser visto em funcionários de escritório que ficam sentados em uma mesa o dia todo, motoristas ou até mesmo pessoas que jogam videogame por longos períodos.

A próxima causa mais comum são acidentes e lesões nas nádegas que podem ocorrer durante uma queda ou lesão esportiva. O trauma causado por tais incidentes causa a inflamação do músculo piriforme, o que tem como consequência a irritação do nervo ciático, levando a sensações de dor ou dormência. O menos comum é o espasmo espontâneo do próprio músculo ou de músculos próximos, cujas causas exatas permanecem um mistério para a ciência médica.
A síndrome do piriforme é uma condição médica especialmente problemática porque, uma vez que o músculo tenha sido lesado, a probabilidade de dor crônica recorrente causada por exercícios ou por ficar sentado por longos períodos sem alongamento aumenta dramaticamente.

O diagnóstico pode ser feito de três maneiras:
  • Exame físico: um exame do quadril e das pernas verá se o movimento causa aumento da dor lombar ou dor nas extremidades inferiores (dor ciática). Normalmente, o movimento do quadril recriará a dor. O exame também irá identificar ou descartar outras possíveis causas da dor ciática, como testes de sensibilidade local e força muscular.
  • Histórico médico: inclui uma revisão detalhada dos sintomas do paciente, como quais posições ou atividades melhoram ou pioram os sintomas, há quanto tempo os sintomas estão presentes, se eles começaram gradualmente ou após uma lesão e quais tratamentos foram tentados, assim como histórico familiar (se há casos de artrite na família, por exemplo).
  • Testes de imagem e outros exames não podem detectar se o nervo ciático está sendo irritado no músculo piriforme. No entanto, testes de diagnóstico (como raios-X, ressonância magnética e testes de condução nervosa) podem ser realizados para excluir outras condições que podem causar sintomas semelhantes à síndrome do piriforme.
Tradicionalmente, existem três planos de tratamento principais para aqueles que sofrem da síndrome do piriforme, sendo os medicamentos os mais comuns. Os analgésicos de venda livre, antiinflamatórios e relaxantes musculares são prescritos para aqueles que sofrem dessa condição dolorosa, com o objetivo de reduzir a dor.

Os casos mais extremos podem até exigir uma injeção de medicamento profundamente no próprio músculo. As limitações desse tipo de tratamento farmacológico são que ele apenas mascara a dor e reduz o inchaço sem curar a lesão original em si. A terapia de calor com medicamentos, exercícios e massagem são os próximos planos de tratamento mais comumente adotados.

Uma maneira mais eficaz de lidar com a síndrome do piriforme pode ser o tratamento quiroprático. Do ponto de vista da Quiropraxia, todo o corpo é um todo integral de partes móveis interrelacionadas. O quiropraxista pode ajudar a soltar a musculatura local, realizar a manipulação da coluna para corrigir o desalinhamento dos discos vertebrais, que é essencial para manter o funcionamento do sistema nervoso central, e orientar exercícios de relaxamento.

Por esse motivo, quando um quiropraxista trabalha para tratar uma determinada parte do corpo, ele também se concentra em outras partes que podem à primeira vista não parecer ter uma conexão. Por exemplo, ao tratar um pé ou uma perna, a pelve ou mesmo a coluna, um quiropraxista pode ajudar a soltar o músculo piriforme e permitir que ele se cure naturalmente.

A abordagem da Quiropraxia para diagnosticar essa síndrome inclui uma avaliação completa de sua coluna e pelve e da musculatura relacionada. Um exame funcional, ortopédico e neurológico também é realizado.
  • A disfunção nas articulações sacroilíacas é um fator contribuinte, que pode levar à disfunção neuromuscular, causando fraqueza nos outros músculos da área.
  • Um possível sinal de um músculo piriforme tenso é ter um pé apontando mais para fora do que o outro quando você se deita relaxado de costas.
  • A palpação direta (toque) do músculo revela um músculo tenso e sensível, frequentemente com pontos-gatilho presentes causando dor referida localmente ou na perna.
  • Tanto a rotação externa resistida quanto a rotação interna passiva do quadril podem aumentar a dor.
  • O teste de músculo resistido pode ser usado para verificar se há tendinite. Mas, uma vez que o piriforme trabalha em conjunto com vários outros músculos na região das nádegas, como o quadrado femoral, obturador interno, gêmeo superior e inferior, é difícil ser específico.
  • Se houver sinais e sintomas neurológicos, vários testes são realizados para descartar uma lesão no disco. Alguns desses testes são modificados para descobrir se o nervo ciático está sendo afetado e irritado pelo músculo piriforme tenso, como o teste de Bonnet.
 
Fonte:
https://www.spine-health.com/conditions/sciatica/what-piriformis-syndrome
https://www.thejoint.com/arizona/peoria/arrowhead-towne-center-48015/piriformis-syndrome-chiropractic-care
https://www.isischiropractic.co.uk/chiropractic_back_pain_piriformis_syndrome.html
https://stronglifechiropractic.com/dealing-with-piriformis-syndrome-from-chiropractic-perspective/

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