Sobre sentir e viver a Amazônia...
Sem internet ou telefone a gente desconecta de uma realidade tribulada e escuta uma transformadora. Foram 10 dias em uma imersão profunda com outra cultura, uma cultura que muitos brasileiros nem sonham que existe. No início é um choque, queremos mudar tanta coisa, mas depois a gente aprende que o que pra ti é certo, pra outra pessoa pode não ser. Tu aprende a conviver com diferentes mundos, diferentes opiniões, e que julgar não é o caminho da transformação. Um passo de cada vez, exemplos vão chegando e a sementinha vai sendo plantada. E a mudança interna também começa.
Aprendemos que existem diversos caminhos, e que o da simplicidade é sempre o primeiro que esquecemos, mas é o que te faz viver de verdade!
Aprendemos que a família é nosso maior exemplo, independente do convívio ser intenso ou ser escasso, vão construindo nossos pilares inconscientemente. Estar bem com a família é aprender a aceitar os diferentes mundos, respeitando suas atitudes, sejam certos ou errados na tua concepção, mas o laço que nos une está ali para te fazer evoluir como ser.
Aprendemos a apreciar a força da natureza. Tão viva e tão necessária. Na cidade acabamos perdendo essa noção, mas nosso corpo tem como base todos os elementos da natureza, e sem essa conexão, perdemos uma parte fundamental dentro de nós, que é parte da essência, o silêncio da apreciação.
A Amazônia te transforma. Muito além do verde a tua mente evolui. Terra que abre caminho em nosso interior, preservar ela é preservar a ti mesmo!
Sobre o Projeto
O Projeto Mãos Pelo Mundo foi criado pela vontade de proporcionar a Quiropraxia de maneira voluntária, mobilizando profissionais da área a levar mais qualidade de vida a pessoas em regiões de vulnerabilidade social.
A primeira ação voluntária aconteceu em julho de 2018 em parceria com o @institutounabrasil à Amazônia. Éramos 3 quiropraxistas e juntos realizamos atendimentos em duas comunidades ribeirinhas isoladas. Foram 30 horas de barco para chegar até lá. Dormindo em redes, sem água encanada, luz, internet ou sinal de telefone, tomando banho no meio do rio, saindo completamente da zona de conforto, vivendo cada momento de forma única. Foi uma experiência transformadora, que somente vivenciando se pode entender o significado disto. Em julho deste ano, retornei a esta comunidade e pude rever rostos familiares e conhecer outros tantos. O acolhimento deles transbordava carinho e gratidão. Desta vez, os profissionais da área da saúde se deslocavam de barco para realizar os atendimentos e poder alcançar mais comunidades na região. Seis comunidades foram assistidas evidenciando as mesmas dolências observadas no ano anterior. Todos apresentavam dor na lombar devido ao trabalho no roçado e carregar peso desde pequenos, e as mulheres apresentavam queixas na cervical por equilibrar bacias cheias de roupas molhadas na cabeça caminhando longas distâncias no período da seca.
Os desafios eram constantes mas nos fazem enxergar novos potenciais, tanto em nós mesmos como nos outros. Um crescimento pessoal e profissional enorme.
Neste dia Nacional do Voluntariado gostaria de encorajar à todos que sempre tiveram essa vontade de ajudar mas nunca deram aquele passo inicial.
Se inspire e seja a contribuição que você espera para o Brasil. Qualquer ação social, independente da área de interesse, vai ser uma experiência transformadora ao se doar e presenciar os sorrisos e a alegria no rosto das pessoas vendo o resultado das tuas ações.
Ser voluntário é muito mais que uma ação, envolve afeto, solidariedade e gratidão. Faça o bem sem olhar a quem.
Marta Pohlmann idealizadora do projeto Mãos Pelo Mundo | ABQ 0746.
@maospelomundoquiro | www.maospelomundo.com